ovni voador não identificado

2008,outubro29,quarta-feira às 9:58AM | Publicado em crônica, editorial | 9 Comentários
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Tem Texto meu no Amálgama. Eu não mando em (quase) ninguém, senão eu diria vide/ leia/ comente/ responda etc. Mas, uma vez que está publicado, sinta-se à vontade p/ ver/ ler/ comentar/ responder etc.
Abaixo alguns (…) trechos (…):

“‘Crer’ em vez de “acreditar” para, embora desprovido de qualquer embasamento semântico, dar uma conotação de fé flutuante: de não saber bem no que, mas uma fé, uma fé por si só, tão sincera que me dá medo.”

“E disso é que indubitavelmente já são feitos (…) uma materialidade possível, uma abstração certeira.”

“(…) as coisas se distorcem na hora de transformar um roxo em #800080, ou #570057, ou #C800FF, ou #4B0082 (…)”

“As coincidências fazem parte do desempenho serial (abc, abb, acb, bbc, bcc… uma hora ou outra chega o aaa, o bbb, o ccc).”

“(…) fazer-nos ver a vida na Terra de fora, tudo isso, este meio do caminho entre o bicho e a nave interestelar, ou mais esticado, entre o ser unicelular e a máquina do tempo, entre o hidrogênio e o _ _ _…_.”

“(…) o(s) universo(s) é(são) tudo. E quando pensamos num universo grande demais – no sentido físico, já que, sendo tudo, todos são finitos, mas não têm fim, como a Terra, e, se pensarmos no que dizia Goethe, que achar o infinito é lançar-se a todas as diferentes direções do finito – isso, o finito sem fim é infinito, ou, quase isso, mas não num modo abstrato, a versão prudente de infinito: os outros “i”: imensurável, incontável, inimaginável.”

“(…) o caso tenha sido de dois ouvirem falar e falarem para um outro, e o outro simular algo para alguém e para este alguém isso virar verdade e para alguém que confia naquele alguém anterior a este se ele disse que é verdade é verdade também, e os que ouviram falar ouviram uma invenção gratuita, ou a mesma relação com um número diferente de atores (as armações e os mal-entendidos são de fomento simples, basta a estes uma dose de segurança e àquelas iniciativa e falta ou distorção de ética), a sensação é real, as sensações em si são sempre reais (…)”

Um bJoão e/ ou um Grando abraço.

rapsódia dominical atrasada de atraso justificado

2008,julho5,sábado às 2:27PM | Publicado em crônica, diário, hojes | 1 Comentário
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a Eliana (a dos dedinhos, a de se pôr a mão inteira, as palminhas também) de domingo último (que já não é mais o último, ao longo do texto explico) um cão adestrado, que são cães que não comem carne, somente ração, não no chão, mas na mão (as paupérrimas rimas – ou riquíssimos ecos – são para reforçar o tom de sempre que se tem nisso, poema pobrão, pobraço – e probidade, aproveitando a deixa, que se tem nisso), a fim de que equivalha a um prêmio. Por outro lado, a lei 9.503, o CTB, Código de Trânsito Brasileiro, alterada pela lei 11.705/2008, não determina que se dê dinheiro ou que se dê isenção (e normalmente não se dá nenhum dos dois, no máximo um descontinho no IPVA antecipado) para quem sempre foi certinho, para quem, quadrado, nunca bebeu uma gota de álcool porque ia dar uma volta na quadra (à esquerda 4x ou à direita em igual nº) para secar o carro. O fato que a única coisa que eu sabia que fazia as pessoas não beberem era o antibiótico. Agora esta lei.

No domingão do Faustão (paupérrimas rimas calham aqui também) tigres que não comem carne, tigres domesticados, que são tigres de Kanchaburi, que são tigres cuidados por monges, se é que são os mesmos constantes na revista Discovery Magazine de outubro de 2004 (um ano que durou mais de um ano para mim) edição nº 3 (3 de outubro eu nasci, mas não de 2004, pois teria 4 anos ou este ano faria 5 na data dita, o que me tornaria um fenômeno do crescimento) por cuja posse paguei oito reais e noventa centavos (R$ 8,90). Digo isso porque eu via o imortal se firmando como líder do campeonato num aparelho televisivo, e isso dos tigres aparecia no outro, pois estava num bar por não ter querido ir ao campo naquele dia, e bares têm mais de uma TV, e distribuídas em mais de um canal pois nem todos são gremistas, e nem todos gremistas querem ver o jogo do Grêmio. E vi porque tigres são fascinantes, fascinantes, são cânceres da natureza, então digo tudo isso pois assisti à matéria sem som, e com a atenção (tensão não houve, pois os tigres estavam dentro da televisão e o tricolor vencia fácil) permutada entre uma TV e outra.

No ZH, Marcos Rolim mui oportunamente falava da vergonhosa demissão do motorista do Palácio Piratini. Vide vós que andei pelos veículos populares (não me refiro aos carros mil, ou carros mis, se houvesse plural neste mil-adjetivo) e sim a isso que me referi (TV aberta, jornais de maior circulação em suas terras).

Em suma, aqui são episódios de domingo último, dia vinte e dois de junho de dois mil e oito (22/06/2008), portanto um texto atrasado, mas o tempo me não importa muito, não nesse sentido, de sucessão, de ordem, de medida, de mensurar informações, pois elas cá estão ainda. E se me proponho a falar do ônus da ordem nada melhor que me livrar dele.

E finalmente o atraso justificou-se justamente por causa dele: hoje, já quinta-feira (que devido a novo atraso não é mais hoje, mas sim semana passada, e agora, neste momento, terça, dia 1º de julho de 2008), já passadas mais de 96 horas do domingo (e agora horas e horas), antes de sair de casa ouvi uma reportagem que quem via era outra pessoa a respeito de uma rosa que nascera espontaneamente sem espinhos em Fortaleza.

Uma rosa sem espinhos.

Chamam-na Iracema, homenagem à sedosa pele da célebre personagem de José de Alencar (s/ “de” é o Ilmo., ou V. Ex. a., ou ainda “apenas” Sr. Presidente em exercício quando o Lula não está, ou simplesmente o vice).

É certamente umas das metáforas-chave, essa da rosa ter espinhos.

E neste caso ela não tem. Uma subversão-chave, diria, com propriedade de quem disse o que agora mesmo disse.

Era uma verdade, uma regra quebrada. E neste caso, a regra quebrada metaforiza a regra instituída: tirar os espinhos da rosa.

Voltando àquele domingo, no domingo meu, de vida privada, meu avô, o seu (não seu de teu, seu de Sr. (ou V. Ex. a., ou Ilmo., tanto faz, tipo seu Madruga) Marcolino, disse (o que era para ser epígrafe deste):

“Se eu bebo um copo de vinho não me muda nada.

Agora, se eu tomo um tanto assim (indicou com o dedo o equivalente a menos de 100 ml, acredito) de cachaça, não é que me dê sono nem nada, me dá coragem.”

Seu Marcolino

Meu patrão na repartição disse o seguinte na segunda seguinte àquele domingo:

“Eu não gastei um centavo este final de semana (isso num contexto que, mais que dar a entender, dizia (entanto sem todas as letras) que foi porque teve de dirigir e portanto não bebeu). ”

Meu patrão na repartição

Vide vós as vantagens da vida regrada. Do cão não comer carne.

A colheita da lei (da ordem) já aparecendo. E da ordem para o progresso, como diz a nossa bandeira, ou pelo menos a bola (esfera) azul que há no meio dela, segundo a qual eles, a ordem e o progresso, podem ser mesmo considerados uma dupla, enfim, dela para ele é um tapa.

Já vislumbro novas leis: a proibição de quaisquer tamanhos (e não somente a mini, que por sinal nem é proibida) de saia para evitar brigas em bares, para evitar ciúmes e conseqüente atos violentos e conseqüente homicídios culposos e/ ou dolosos.

A proibição de garotas (algumas) gostarem de rapazes rebeldes (alguns), a fim de evitar que rapazes empinem motos, bicicletas, pipas (o perigo da rede elétrica), executem saltos mortais em piscinas (perigosíssimo) e tantas outras façanhas apaixonantes dignas dos mais interessados e interessantes olhares femininos.

É certo que a estética canina carrega consigo o sacrifício, vida de cão, underdog, cão do caralho, eu não sou cachorro não, e o sacrifício remete a treino, que talvez seja a palavra que eu deveria ter usado, claro, sacrifício para alguns, mas confinamento de atividades num modo geral. Então o cão do lobo foi-se disciplinando (uma miríade de anos treinando, até na sua indisciplina, de cometer erros, aproximando-se dos humanos e à imagem e semelhança (em tentativa) desses) até tornar-se cão. E os cães são potencialmente piores que crianças, são piores até que a Casadovinho (tema a ser abordado em seguida), e o que os faz ficar bem é o cumprimento das ordens, é o que, oprimindo-os, torna-os melhores.

E além disso a lei incentiva o transporte coletivo, o táxi (uma coisa meio NY), posto que ninguém quer ser motorista, especialmente conduzir ébrios no próprio carro sem poder se tornar um deles – nem a opção de, na impossibilidade de ir contra, juntar-se ao inimigo. E talvez o mesmo faça com a boêmia local, ir a festas a pé no próprio bairro, até o momento de proibirem andar na rua bêbedo (ok, está foi uma ironia exagerada e, portanto, devido à semântica dessa palavra, desnecessária). Já não se bebe mais em estádios no RS, e quase tivemos ano passado Grenal campo único, quase vira no seio de seu espetáculo maior só GRE ou só NAL. Pois sim, se não bebermos quando dirigirmos não haverá problemas.

Algumas abstenções sempre fizeram bem aos budistas, aos militares, aos abdominais definidos entre outros felizes exemplos.

Mas há ossos do ofício. Há mesmo mortos do ofício.

O rei do Chapolin, o rei que ganhou a roupa que só os inteligentes podiam ver, que em verdade me fez lembrar o Hans Christian Andersen, que em verdade tal rei, o Rei Nu, era seu, e fora adaptado por Roberto Gómez Bolaños, assim como o foram Chaplin (ou melhor, Carlitos) e Peter Sellers (ou melhor, Inspetor Jacques Clouseau), por isso, sem desmerecer o grande trabalho do Chave del Ocho, eu prefiro o Carlos “Quico” Villagrán, que aliás fez, e muito bem, o papel do rei pelado, pelado de inteligência, inclusive, pois não via o tecido, ou astúcia, pois não percebeu a fraude, porém, voltando ao que dizia, penso que não se tratava efetivamente de tal rei, pois o monarca que eu tentava lembrar e lembrei o rei nu, era em verdade um rei que fazia uma lei conforme as coisas sucediam e é bem famoso justamente por este hábito e me ocorreu que como eu confundi talvez confundira-se o Hans Christian Andersen ao pensar que o rei de Roma cuja roupa o rato roera era o rei da roupa fraudulenta de sua imaginação tão fértil que teve esta imagem semeada como se idéia dele mesmo fosse.

Uma colega minha cujo nome não citarei mui oportunamente me informou que eu deveria trocar meu carro, o qual eu adquiri em 2006, apesar de ser modelo/ano 2005, e mesmo na concecionária e 0 o quis assim, atrasado, pois era o modelo de minha preferência, enfim, o meu, o Trovão Azul (homenagem a um peixe beta morto pela sua esposa na infância em vista da nossa ignorância em relação aos hábitos acasalares de tal espécie), já teve seu 2º aniversário comemorado, beira os quarenta mil km, já tem suas marcas, por isso tudo oportunamente me disse a inominada colega que ano que vem vem o novo modelo, que na Europa já seria velho, ou ao menos sabido, mas sabido, no outro sentido, é o meu, que sabe me deixar o levar aonde eu quero quase automaticamente e já esconde as coisas que eu esqueço quase como se soubesse isso também. Virão novos Clios (que também é uma das nove musas, aquela que carrega um moleskine escrito Thucydide na capa, que inventou a guitarra, e que pode bater no peito de dizer eu sou a musa da criatividade e da história – essas duas realmente andam muito próximas, se pensarmos na invenção de histórias, bem como nos atos que fazem alguém participar da versão real da história, aquela ciência humana, no caso). Sim, novos Clios virão, mas não novos trovões, pois trovões são meio que raios, e portanto não repetem seus fracassos, sucedem num lugar só, seu sucesso muito se deve a seu fracasso, então, a este tipo de fracasso sempre inédito, então novos trovões não vêm, ou o ditado está errado, ou foi ditado errado.

Se eu acatasse o conselho dado (e não vendido) pela minha colega, isso me deixaria mais rico, mais avançado, mais progredido – tudo o que uma nação ou qualquer lugar que mantenha uma bandeira gostaria de ser. E me deixaria sem meu Trovão.

Trovão é chamado também o rugido dos tigres.

Mas a quem e para que ruge um tigre vegetariano, ou onívoro, ou mantido a rações, que seja? Que, nascendo, tendo sido planejado para matar, não mata?

Um tigre sem garra é uma coisa triste demais; porém um tigre com garras que as olhando se pergunta para que as tem talvez seja duas vezes mais triste, ou talvez pior ainda o tigre que caça bolas e nem sabe que poderia estar vivendo do que brinca, estar caçando um antílope, ou até um búfalo, ou até um urso, com a emoção de ter de vencer para comer, ter na caça a vida em vez do hobby, e este é o caso mais triste destes três tigres tristes e porquanto seja três vezes mais triste, já que antes foram duas e simples.

A Amy Casadovinho está p/ lá da casa do caralho, ou para lá de Bagdá, ou Marrakesh, enfim, isso segundo a imprensa, e me surpreende até que haja surpresa nisso, que isso não é novo, e os jornais chamam-se NEWSpappers, embora em português seja Jornal (diurnale, de diário – e, sabemos, nem todos os dias são diferentes). Enfim, novamente, a moça de voz tão bonita (ou a voz de uma moça tão inquieta) faz coisas que a maioria das pessoas não acha bonito, mas para ela creio que seja, senão não faria. O prazer sempre é bonito para quem o sente, mesmo que por fora possa parecer feio ou ridículo. “Deixa ela (sic.) quietis”, diria Mussum, ou beberia mui felizmente da sua bebida (hic)(de soluço). Coisa que nenhum dos dois deveria ter feito tanto (e tampouco Vinícius, e todos os exemplos que vêm em flash nas nossas cabeças), mas talvez se não tivessem feito não falaríamos deles agora, ou daqui a pouco, que seja.

A (in)conseqüência da vida selvagem, do tigre comer carne.

Sua ordem é a selvageria. É com a selvageria que os animais se organizam melhor do que nós, a menos que nosso caótico sistema seja um organismo organizado se visto de fora, sem as sensações de quem o sofre por dentro, stress possivelmente dividido pelos animais também dentro de seu sistema que externamente parece perfeito (como dizem, a natureza é perfeita).

Se a ordem comum dominasse a Whinehouse talvez ela prendesse sua poderosa voz, seu harmonioso trovão. Muito do que ela faz é proibido. Mas a quem quiser lhe ordenar, ela ruge:

No, no, no.

Não, não, não.

Na, na, na,

ni, nã, não.

Havia um velho que sempre passava o dedo no gargalo da garrafa de azeite de oliva. Sua esposa igualmente sempre dizia que era uma falta de educação para com os outros presentes à mesa. E é em defesa dele que eu falo um pouco – a coisa brechtiana de margens opressoras com caras de santinha.

Como o punir?

Se ele faz o que lhe é de instinto fazer, exerce seu prazer.

Tire as crianças da sala, não mude a sala por causa delas.

As crianças que sejam protegidas. Os não-fumantes que fiquem nas salas fechadas. Os incomodados que se retirem.

Porém no escuro de cinema eu ainda mato um mastigador exagerado de pipoca.

Então o chupador de azeite de oliva incomoda.

Como o punir?

Aí vem a lógica do velho do saco. E quem quiser o desafiar que desafie.

Controle da selvageria tem de ser moderado, para que a selvageria se modere espontaneamente, sob pena de, oprimida, ela, como uma mola, voltar-se mais e mais forte contra quem a impede, contra quem a impele não poder ser.

O bom senso cuidaria disso. Mas no Mc, se sai um pedido errado, eles jogam no lixo, jogam dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebolas, pepinos e pão com gergelins novinhos direto no lixo. Do contrário o pedido errado seria objeto de ocorrência intencional com fins de benefícios ilícitos, do tipo levar um nº 1 grátis, ou uma batata média, ao menos. E eu aposto com vocês que ia dar muito. Infelizmente. Então nosso bom senso precisa ser censurado, sob pena de virar bagunça. Ou espinhos, talvez.

Precisamos da lei. Evidentemente. Precisamos de punição severa para quem se torna uma arma letal no trânsito (ou em qualquer outro lugar). A parte da tolerância zero não é boa, aliás, a tolerância zero à parte – tolerância zero é piada, e piada da cômica personagem do cômico finado Milani.Tolerância existir sempre é bom, o seu excesso é tão ruim quanto qualquer excesso, e sua falta é tão ruim quanto qualquer falta.

Alguma alcoolemia ao trânsito não nos fará mal. E querem resolver com a lei a várzea que era até agora. Pouco puniram indivíduos realmente assassinos em carros com o rigor que vem sendo punidos os copos de cerveja, as taças vespertinas de vinho que fazem bem à saúde e os brindes de champanha.

A minha colega é super legal, mas como ela vem se meter na minha vida?

Como esta lei da porra me aterroriza?

Não mais (talvez) poderemos tomar uma e voltar para casa devagarzinho, quase parando, tomando cuidado.

gancho = metáfora : trovão tigre três coragem outubro (revolução) proibido atraso mudar ordem progresso atraso bola opressão tolerância selvageria flor nascida espinhos rosa domingo tv regrada quebrada erudição etc

Eu pensava no fim do (daquele, agora) domingo no poema I, 3 dos Sonetos a Orfeu, porque o havia lido, na rima ABABCC (na tradução de Augusto para o português BR, a língua brasileira, que o próprio Augusto vem ajudando a construir) vs. ABACBC (original de Rilke), e na materialidade, ou somente no movimento mesmo, das palavras próximas alento/ vento, Verrint/ Wind. E num poema quase seguinte a este, o I, 11, da conjunção dos astros e alegria por crer na ilusão. “Vem que a felicidade mora aqui, tudo é ilusão” cantaram também no domingo popular da televisão aberta do nosso Brasil, Didi e Dedé, juntos novamente, como a ordem e o progresso. Agora falta só o Dadá Maravilha, o Dodô artilheiro dos golos bonitos e algum Dudu por aí, e daí teremos um quinteto vogal, que poderá ser vocal ou de qualquer outra atividade.

E no fim da grade televisiva comercial daquele domingo um programa local o Tele-Domingo (o qual há tempos não assistia por me deixar depressivo ao lembrar-me da segunda-feira vindoura e conseqüente tédio incutido nela por causa de um sistema rotineiro de aquisição de dinheiro), que, aliás, talvez seja o que de melhor a RBS nos dê, dava uma reportagem sobre eutanásia animal, e eu penso que o cão pela incondicionalidade com que se entrega é realmente o melhor amigo do homem, e não poderia o Uísque ser sua versão engarrafada, posto eu ter pensado (e citado – o nome, não alguma frase) em Vinícius lembrei-me disso, pois antes disso o homem é o melhor amigo do Uísque, até por ter lhe dado a vida ao lhe libertar dos grãos, o contrário do que fez com o cão, de cujo qual privou-lhe a selvageria (mas talvez tenha o libertado do lobo e talvez o uísque também seja incondicional).

E parei em amigos pois falávamos (se considerarmos isso uma conversa) em cães, e falei (ou falamos, então) em Didi e Dedé, Quico e Chaves, amigos que foram e voltaram, que são mas não foram muito tempo e hoje aqui no centro de Canoas cantavam a música Amigos para Sempre naquela versão brasileira, aquela da primavera ou qualquer das estações, e isso, hoje, 4 de julho, ajude a justificar o atraso. E o atraso é também um recurso conceitual que lanço mão não espontaneamente mas me apropriando do acaso como Pollock talvez tenha feito da tinta e tantos outros exemplos, pois a maioria do que aqui escrevi relativo à lei seca no trânsito foi no calor da hora, e isso permanece atual, há notícia todo dia, é a Isabella Nardoni do momento.

E o Hababaca, fora a coisa de nos trazer o drástico de Bufallo Bill para nossos tempos, fora a coisa de mostrar que a realidade da morte não é tocante, pensemos no exemplo do cão: o cão não se sabia preso.

Talvez não saibamos o quanto estamos presos.

Ou não valorizamos o saber de estarmos vivos. E livres, do que se pode dizer ser vivo por excelência.

Então é preciso viver urgentemente. Ou libertar-se para isso, também urgentemente.

Transformar a pressa em prática, em coragem continuada em vez de pessimismo adquirido, ou invés mesmo, pois isso semanticamente simboliza o contrário (ao invés de ir, voltou, descer, subiu) para poder desamarrar-se, para não morrer.

Pois amarrados morreremos. E morremos aos poucos.

O que faz do ser humano ser mais humano?

O ser humano vem sendo domesticado.

O cão é mais cão quando é mais lobo ou quando é mais gente?

O cão é cão porque não é completamente lobo e porque não é completamente gente.

O ser humano para matar ou para criar uma obra-prima desvia-se do mesmo modo do comum.

Abster-se do comum para se extremar. Abster-se do comum imposto.

E ainda assim humano.

E emerge do coração uma necessidade de erudição, de se livrar da TV aberta, da janela aberta que nos encerra nela. Uma jovem nua para um jovem padre. Uma doce flor aflorando bonita e cheia de adjetivos e pleonasmos. Para verter o processo contrário, e resgatar verdades da profundidade atemporal e não imprimi-las em superfícies sazonais. O sacrifício pela beleza, nem que seja uma beleza que sirva a mim mesmo, somente, o sacrifício de criação.

A Arte é uma ferocidade.

A maneira de achar felicidade é a ferocidade de cada um.

Du mußt dein Leben ändern.

A abstinência faz dos cães mais cães e dos tigres menos tigres.

da graça das coisas

2008,abril30,quarta-feira às 5:18PM | Publicado em alto-ajuda, crônica | Deixe um comentário
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“A

coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?”

Este texto é creditado ao grande (tão grande quanto Buster Keaton) Charles Chaplin. Recebi por e-mail hoje com a indicação para passar, sob pena de azar, a 10 sortudos em potencial que infelizmente não serão condecoradas com a missão.

Muito poético o texto, claro. Todo devaneio é um pouco poético, até o padre voador é meio poético. E todo devaneio é permitido. Então longe, bem longe de mim criticar negativamente Carlitos – que no fundo Chaplin é Carlitos, tal como Clark é Superman e não o contrário – a despeito dos esforços dos roteiristas em deixá-lo mais humano.

A vida tem de ser como ela é mesmo. Assim mesmo, mesmo assim.

O melhor tem de parecer vir antes, para parecer que o melhor é agora, a fim de que quando o depois vir, o melhor pareça ter sido o depois, ou seja, o melhor sempre pareça ser parte do agora.

Assim se é feliz sempre – desde que se aja, reaja, desde que se tenha coragem – e ter coragem é usá-la.

Até porque tem a anedota aquela dos charutos (que eu prefiro traduzir para bombons, embora charutos também sejam bons): dois homens ganham caixas de bombons com diferentes bombons. O primeiro (ou segundo, tanto faz, mas apenas um deles – que se oporá ao outro) deixa o melhor para depois. O outro (o segundo etc) come os melhores primeiros. Donde que percebemos: um todo dia tinha seu melhor bombom; o outro, seu pior (ou o ruimruim). E tem também a história da seta de Zenão, pois eu tenho a impressão de que quem acha que a infância é melhor que a maturidade são os mesmos que acham que Michelangelo é arte e Duchamp não é.

O tempo às (ou muitas) vezes é incompreendido. Mas ele sabe o que faz com a gente – e ele mesmo é poético. A gente que às (ou muitas) vezes não sabe o que fazer com ele.

 

I ♥ BBB

2008,março26,quarta-feira às 11:55AM | Publicado em 2º caderno, crônica, diário, gente | 4 Comentários
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bbb8

Ou melhor, I ♥ final de BBB.

O ♥ não era p/ tanto. Mas eu gosto da final. Aceitei isso ontem. Quando apareceu a Pitty, deu até vontade de cair no clichê, falar mal dela, dos participantes, chamá-los medíocres , da manipulação (às vezes eu perco a paciência e penso que quem se deixa manipular pela TV merece ser manipulado) etc. Mas ontem, não sei se era o bom humor, mesmo os greatest hits da Pitty estavam divertidos, a despeito de suas verdades adolescentes à matrix de “pane no sistema”.

Ontem a fraqueza das personagens (concordo com o pessoal que ninguém em tese mereceria levar uma cifra de 7 dígitos assim, mas por outro lado, expor-se dessa maneira é preciso no mínimo coragem, ou um tipo de coragem, que seja, e muita boa sorte) privilegiou a final, a indecisão na decisão (que pode ser tudo armado como muitos dizem, assim como pode haver leptospirose nas latas de alumínio). Mas, no fim, gosto do rosto da Gyselle (com y e dois l) com uma cara de emburrada, triste e emocionada enquanto Bial a comparava com as feras, ao dizer que elas (e ela) só comem e dormem, e só não o fazem quando vão à caça – o que me fez lembrar que aquele rosto dos olhos negros e então entristecidos encabeça o mesmo corpo que dança incansável e furiosamente, um corpo belo, popularmente belo.

No último capítulo eles editam a história (real, de fato) que se passou e isso que me agrada. São recursos de narração os mais óbvios possíveis, de cinema despretensioso (no mal sentido) água com açúcar. Em verdade, os recursos de edição são os mesmos de uma colação de grau, com a diferença de que o material tem bem mais horas a serem editadas. E não tem de agradar família alguma. Só as felizes famílias regadas à pipoca após as aparições justamente de Juvenal Antena: aí valem as fofocas, barracos, corpões etc. E se na formatura eu me emociono ao mesmo tempo em que acho tudo meio brega, tenho a mesma sensação no BBB.

Lembro de quando o Rafael declarou-se para Mariana dizendo que não poderia a beijar pois estava com um problema no dente, ou ele sendo flagrado olhando para ela com candura depois de tanta promiscuidade (ele se aliviava individualmente sob os edredons), com sua voz em off dizendo o quanto gostava dela; ou o Dhomini dando uma de Romário na copa de 94 e ganhando o Brasil à base da marra; o nerd xaropão Tirso (que tornou-se adjetivo por uns tempos) desbancando um bonitão lá – é vida real empacotada, ou melhor, enlatada e artificializada, como uma lata de sopa de tomates Campbell.

Falando nisso, se o formato do programa submetesse-se ao seu conteúdo, aí seria moderno, e talvez por isso ultrapassado; mas ele é pós-moderno, consagra conceitos de tribalismo, superficialidade, caos, despretensão, igualdade de ofícios, falta de autoria. Trata a fama como magia. É a acomodação do que fora antecipado por Warhol (não se preocupem não irei mandar a dos 15 minutos) e por outros. Uma tribo de sonhos oficialmente assexuada, mas ordenada pela sensualidade, ratos de laboratório do esquemão George Orwell. E, no fim, paradoxalmente, seus atores são como poesias concretas, de forma e conteúdo convergidos; são como a eliminada Juliana, de uma beleza à qual não precisa se submergir, uma sedução menos de casa; é superficial da superficialidade da imagem, do rosto de Gyselle, que sorri, deixa de sorrir, até chora, mas sempre está a tentar ganhar 1 barão de barões.

Uma pequena tribo fútil, que só vê quem quer, e possui uma lógica própria que premia a casualidade (afinal muitos de nós se ficassem à vontade lá poderiam ser fenômenos nacionais, e vi tantos candidatos ótimos terem sido eliminados logo de início e outros pamonhas virarem lendas, até porque o BBB é feito de gentes comuns, tanto que é só comparar a Casa dos “Artistas”), ao mesmo tempo em que valoriza a reação mais que a técnica, que o talento, como numa Copa do Mundo. E como numa Copa do Mundo, as fórmulas se reformulam dentro dessa lógica própria, e certos desvios de sorte valem muito. O que enche o saco é o reflexo de uma popularidade chata, óbvia, que se vê na preferência do povo, especialmente quando se tem algum candidato favorito pessoal que não vence. Eu cheguei a esse ponto só uma vez: fui fã do Professor Aloprado. Àquela época eu acompanhei toda a parte final (TV aberta). Quando aparecia o Endemol Globo eu ficava até triste. Tanto que a edição posterior àquela, a do superestimado Alemão, eu abandonei. Donde só retornei na reta final dessa, mas sem a mesma assiduidade.

Agora, como uma coisa pode emburrecer, daí eu não sei. O Big Brother é um produto e como tal pode ser consumido como se queira: é como a coca (cola). Você pode ler Guimarães Rosa, ser mestre em xadrez (com o mesmo critério que faz de BBB um índice de superficialidade, dá para fazer de índices de certa erudição – tão clichês também) e assistir BBB. Xadrez também é um produto e pode não ter todo seu potencial utilizado. Evidente que João e o jogo milenar (para não repetir nomes) podem ser considerados abridores de mente por excelência, ao passo que o Reality Show (a fim de não reprisar títulos) pode confinar além de jovens sarados a mente dos mais bobinhos. Pode-se emburrecer com qualquer coisa. Assim como se pode se encantar com Rilke e João Cabral, com Décio Pignatari e tantos outros, eu gosto da poesia pop do Bial direcionada a dois nervosíssimos cidadãos sedentos por fama e dinheiro.

O Reality show joga limpo: eles estão ali para ficarem sumariamente milionários e todo mundo sabe, todo mundo aceita. Pior é quem ligava para dar 1 milhão para a Mara achando que estava fazendo uma boa ação, ô boa ação fácil. Mas que bom que ela pode ajudar a filha dela agora.

Mas não é p/ tanto (estou a me repetir hoje, em todos os níveis). Mesmo que pareça exagero o pessoal que passa o dia no Paper View e que trata cada paredão como reveillon, não é muito diferente de quem mergulha na obra e quer ler tudo que Balzac escreveu em detrimento de todo o resto. Estou me repetindo, mas só para afirmar que cada um faz o que quer.

Evidente que se a TV tivesse mais qualidade, manipular-se-iam as mentes para elas se não permitirem manipulação. E repito os parênteses lá de cima: quem se deixa manipular pela TV merece ser manipulado.

Só que a questão é essa: não dá p/ se exigir tanto. Como qualquer outra coisa que faz muito sucesso, o BBB gera ódio em muitos dos que não colaboram para tal sucesso. Eu mesmo tinha um anteprojeto de fazer um estêncil bbb6 no qual o 6 contaminava os b e virava um 666 – vi num livro de estênceis argentino uma idéia semelhante em relação à Xuxa (xxx, six, six, six, como dizem haver na música marquei um xis, um xis...).

E se hoje o Chaves del Ocho é clássico, é cult, o Big Brother Brasil o será nalguns anos.

E mesmo que seja um produto não da, mas para a burrice (quem se arrisca a definir burrice?), basta usar com moderação: uns instantes de “burrice” fazem bem, acalmam a cabeça.

Porém, no final do programa, eu enjoei um pouco mesmo, e hoje pela manhã recalculei o peso da exposição total na idéia de enviar um vídeo para a nona edição. Mas cogitei, afinal, eu sou brasileiro. E no fim (mas uma repetição – notem: BBB formato repetido, Campbell’s Soap, clichês… a repetição acabou tomando forma conceitual), foi só uma espiadinha (muito bagaça esse final, hein?).

Um bJoão e/ou um Grando abraço.

7 pecados

2008,março19,quarta-feira às 4:33PM | Publicado em Não classificado | Deixe um comentário
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Os pecados capitais, para serem bem pecaminosos mesmo, deveriam ser 6,66 e não 7.

do lado de dentro do filme

2008,fevereiro28,quinta-feira às 10:22PM | Publicado em alto-ajuda, crônica | 6 Comentários
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S

e eu passar e ver um incêndio (ou mesmo ver o mesmo na televisão, o que seria ligeiramente mais provável) e descobrir que tem um casal no último andar (tipo o 6º, nada muito exagerado) eu diria, ou gritaria, ou pensaria (o que é ligeiramente mais provável) “lança a criança para o bombeiro!”, como aliás aconteceu (e foi noticiado, por isso que eu sei que aconteceu, não foi algo perto da minha casa) dia desses (e vejam vocês, foi noticiado – a coisa é rara).

Eu teria feito o mesmo.Na teoria, mas se eu tivesse lá ia ser ruim de eu defenestrar um filho. Imagina olhar a carinha dele. Talvez pulasse eu e quando chegasse lá embaixo tocava ele para cima p/ algum bombeiro pegar, ou mirava um bombeiro especificamente. Ou o seguraria para cima durante a queda a fim de amortecer durante o choque.

A paixão da vida de alguém (conhecido como amor da sua vida) casar-se-á com outro. O outro, ou seja, o que não é o outro, o original, o verdadeiro amor, entra na igreja e “comenta” de modo muito influente os dizeres “se alguém tiver alguma coisa contra esse matrimônio que fala agora ou cala-se para sempre”. Você, assistindo, fala “é isso!” (ou “yes”, se você for americano, ou metido a americano, ou até mesmo idiota).

Eu teria feito o mesmo (se o roteiro da novela me orientasse a isso).Pois imagine a mesma situação. Na vida real, esqueci de dizer. É brabo de alguém fazer isso, deixar chegar a esse ponto e esquecer de desistir no último minuto. Coragem é (inclusive eu farei uma série com isso, do tipo das figurinhas “amar é”…) esquecer de desistir.

Coragem é cumprir um certo previsível, um previsível simples, até óbvio. A coragem é óbvia, mas não é fácil.

Pode pôr a música-tema da abertura de Irmãos Coragem (irmãos, é preciso coragem…) na vitrola que lá vai mais um exemplo, aliás, um lema para mim (sim, senhoras e senhores, eis uma máxima minha):

coragem é viver como se estivesse no lado de dentro do filme.

1900, 1982, 2008

2007,dezembro29,sábado às 4:58PM | Publicado em Não classificado | Deixe um comentário
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1982 2008

1982 2008
8228
1900
o ano em que o milênio passado vai embora de vez
p.s. = 1982 = data de nascimento


1º post do antigo http://pqpetc.blogspot.com

2007,novembro22,quinta-feira às 11:38PM | Publicado em editorial | Deixe um comentário
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atenção,atenção.som.som.testando.
1º post.
1ª impressão é a que fica
um caralho.
a média das impressões é que fica mesmo.
1º post.
se é para rir rára´ra´os simpsons o fizeram.se é para brincar com as palaá-á-á-vras o augusto de campos o fez.se é para extrair poesia de certas coisas,a yoko o fez,o macchi o fez;para pedir paz,o martin lennon king o fez;para fazer o mundo voltar,o cristopherman,o superreeve,no I,o fez.
fez.
tu fezes.
no novembro de 2007.11 do 7,11/7,ou 07/11,na notação britânica(por isso é farenheidt 9/11,porque é nos U.S.A.que foram colonizados pela Inglaterra e isso não significa que lá eram nove de novembro(que aliás, vejam vocês, combina o nove e o novembro),enfim,na notação britânica,seven eleven,grande som dos grandes ramones,regravado grandemente pelos grandes(mas ex)raimundos.mas no caso,é 22/11.ia ser circunferência.do tipo,“tá dando circunferência (sic) na tv!”. ia ser fez, aí um duplo sentido,mas um cara já fez(fez uma fez com todo o trocadilho),mas se fosse ser fez eu ia dizer“mas fica a pergunta:ex-fez: desfeito ou adubo?”EX-FEZ: DESFEITO OU ADUBO? EX-FEZ: DESFEITO OU ADUBO?e se fosse circunferência eu ia dar uma volta.este era para ser sem sítulo S/ TíTULO.vêem que eu me refiria aos títulos antes, quando era dito “era para ser?”no começo, comece. meio que é o meio o que fica, definitivamente não é a primeira impressão e, no fim, nem o fim. tanto título bonito:panapaná.,Circunferência,sic,também indisponível o iii,o iii(!)indisponível.tentei vão tomar no cu (não sei bem quem) eu amo todos vocês (nem sei bem quem).

notícia d’alma

2007,outubro12,sexta-feira às 8:59PM | Publicado em joão-lírico | Deixe um comentário
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a verdade sobre a vida e a morte

2007,outubro12,sexta-feira às 8:46PM | Publicado em crônica | 1 Comentário
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.~-.

Eu vi um rato morto no chão. Um chão de concreto, a calçada, no caso, abaixo dele. Não sei exatamente quanto tempo levou para que as pessoas não percebessem mais que se tratava de um rato, entre os que não perceberam e pisaram e entre outras ações orgânicas de decomposição ordinária até que ele virasse a mancha que virou quando eu o vi. A partir de então, passou a ser pisado vulgarmente, pois estava no chão e parecia, repito, tão somente uma mancha.

Mas, por mais que as pessoas pisassem, ele jamais entrou na calçada.

Eu já fui a alguns funerais. Há neles diversas facilidades para que o corpo vá terra adentro, tal como cavar um buraco e antes de preenchê-lo adequar o corpo a uma caixa (o caixão) para que o mesmo permaneça lá “protegido”.

Mas o que o pessoal (ou a maioria, pelo menos) quer, é enviar o morto (através da alma, geralmente) ao céu (ou trazer de volta o corpo, para os mais pretensiosos). Inimigos se silenciam, patrões deixam seus empregados trabalharem somente pela manhã porque alguém de proximidade não coberta por lei certamente não aparecerá mais por aí (pois se estivesse viajando o destino poderia…), inimigos, ou ao menos nem tanto para chamá-los inimigos, fofoqueiros, que sejam, silenciam-se. E põe óculos escuros.

Mas, por mais que as pessoas rezem, chorem, pensem positivo, façam minutos de silêncio, ele não sobe ao céu.

Em ambos os casos, eles diluem-se, aos poucos, por aí. Para nós os respirarmos. Tanto o rato, quanto o gato, um pum solto por um velho, o território já queimado da Atlântica, a Lady Di, os seismossauros, a moça que tocou o filho no lixo e depois se matou, o amor da vida de cada um uma hora ou outra.

POST nº 2: 1º POST

2007,setembro13,quinta-feira às 3:41AM | Publicado em crônica, editorial | 3 Comentários
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(ou post de estréia)

A vontade que me dá (e eu que a ela dou sustentação) é fazer uma retrospectiva 2007 e até mesmo 2006, parcialmente, ao menos, a fim de falar de todos os assuntos que eu perdi de falar aqui por não ter começado o aqui propriamente dito antes: William Bonner e o debate com maior número de regras da história; Campos de Carvalho; campos de futebol; Maria Augusta e Michael Moore, com inaplicável confronto dando larga vantagem àquela; superestimações; cotidiano impressionante; decepções; Bruce Lee; violência; cinismo por causa da violência; hipocrisia; coisas boas também; coisas bonitas também; Wittgenstein e a trasnvanguardia; Brasília; Rio de Janeiro; etc etc etc.

Enfim.

Bem da verdade que eu poderia decretar neste espaço um espaço-tempo indefinido e por tempo indeterminado, e é o que farei: entretanto perdi o fio da meada das notícias aquelas, embora deixe estabelecido por ter achado uma boa idéia o negócio do espaço-tempo. Portanto, feliz natal. (Já que natal é tempo de boas ações, fiquemos nele). Em suma, falar sobre tudo. Mas não agora, posto que o espírito da estréia (e isso é uma estréia) é estrear, é perder o medo de estreante e conhecer outros que não se sabia antes. Assim não tem nada que ver com a importância das palavras (1ª vez que eu escrevo palavra aqui – a estréia tem dessas coisas). E ela (a estréia, não a palavra) tem de ser cheia de erros (eros, se fosse um erro, aí faltando um r, erado, no caso, mas que Eros também é importante numa estréia). Pouco se lembra da estréia, então esse post ficará abandonado tal como um posteabandonado, mas com a lâmpada funcionando (essa invisibilidade da estréia me permite certas “tentativas”, para ser eufêmico, a propósito, 1ª vez que usa aspas aqui). Ou então teria de aqui fazer uma introdução: aí vão umas: “pois bem, não sei se vocês lerão ou não leram, se bem me querem, mal me querem, mas é de grátis, eu sou livre e posso falar. Pode ser uma notícia, uma crítica de qualquer coisa (até de uma crítica), uma imagem bonita”; ou aquela coisa “aconteceu? Pá. Eu boto lá (aqui, no caso)”, mas não seria o caso de tudo, pois há agências etc para esse tal de tudo; ou se fosse irônico “por bem (ou por mal) já que está aqui, leia. Ou ao menos veja, olha só, tem um monte de letrinhas”, ou se quisesse discorrer sobre isso diria “cada uma delas foi pensada por nações e povos inteiros para pertencerem a cada palavra. Cada uma destas se submete a regras, e as que estão aqui foram porque eu as aloquei assim”, ou simplesmente se eu fosse de citar Drummond eu diria “(…) e contempla as palavras” mas todas essas tentativas se verteram frustradas, pois não era eu e até mesmo este “não era eu” tem seu percentual alto de clichê, um pouco mais que o restante que divide também tais elementaridades. Donde quase seria levado a concluir (e a crer) na súmula de não ter o que falar – “pensa e só, boca fechada não entra mosca”. Pára e recomeça. Em tempo: próspero ano novo.

Renovar o sopro vital, ou simplesmente usar as resoluções reveillônicas (próprias de reveillon) p/ equivaler inércia a constrangimento e coagir mudanças. Honestamente eu queria mesmo um estado de espírito tão eufórico que me seria permitido almoçar chocolate sem os ônus químicos dessa ingestão incomum. Um estado de espírito do revés do stress (talvez a popular euforia), mas com um pouco de stress para não ser só euforia, entende? Evoluir (e isso não é uma ONG). Em vez de vestir-se no escuro ou usar a mão esquerda no mouse, utilizar o superestimado lado direito do cérebro (e o não menos lado esquerdo do peito) em planos de metas subjetivas, preocupar-se com as emoções. Ver o mundo de fora por estar tanto tempo dentro do próprio (ou mundo de dentro), o popular “seu mundinho”, do tipo “sai do seu mundinho, guri”. E eu, que posso ter quase 25, ou quase 30, ou 40, ou 90 me não importaria (como aquele correio eletrônico com power point espalhado pelo mundo e perdido nalgumas caixas de entrada que tem uma mensagem pregadora de atitudes pós-modernas inseridas na despreocupação que as mulheres mais velhas têm especificamente em relação à representação generalizada das mais jovens apresentadas nos slides anteriores, já que aquelas mais velhas usam chapéu roxo), eu aqui.

Fato: na minha própria esfera eu me sinto um amador (na conotação lusitana, inclusive, a mesma que chama desenhista de desenhador) em busca do que um amador (ainda em todos os sentidos) busca. Buscas (com o mesmo sentido de evoluir antes usado). Avante. Num vôo certeiro, em vez de um sistema de degraus, numa aventura vetorial que jamais ousaram ousar. E também defender a natureza. Salvar o Congo, a Amazônia, os tigres, a arte. Daí me vem e me cai a ficha da normalidade. E fica tudo normal, bem normal.Você já pode ter me visto no centro, por exemplo. Ou você já pode ter me visto como exemplo, por exemplo. Saber-se-ia daí que eu existo. Mas eu existo mesmo (pois penso, logo…), e uma prova disso é eu estar escrevendo isso (e você lendo, talvez). Mas o que dizer nesse espaço enorme (a tela em branco)? Posso dizer: há gente que vive de vender frutas. Ou colaborar com mais um relato pessoal e diário (ou quase diário, no que “constante” substituiria bem) para a nouvelle historie, ou estabelecer um canal em minha consciência, ou dizer-lhes que irão conseguir e que, mais que isso, e antes disso, eu vou conseguir. Há coisas (e aí eu repito o que era lá de cima que foi usado numa hipótese que não foi usada): pode ser uma crítica, uma cena, uma pessoa etc, há coisas que eu vejo/ ouço/ sinto/ penso/ percebo etc que me dão vontade de contar, opinar, nas quais eu me sinto mesmo um amador – isso vos garanto de meu próprio punho. Dia desses, por exemplo, achei um xampu com cheiro que me lembra alguma coisa, alguma coisa mesmo.
Um bJoão e/ou um Grando abraço

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